domingo, 13 de março de 2011

De amor à vingança



Era apenas uma garota, medíocre mas era uma garota. Cheia de sentimentos conturbados e amores mal sucedidos. Garota, ela era ainda uma garota, que não tinha planos para o dia de amanhã e que apenas queria dormir e esquecer que foi rejeitada por alguém que era especial, não amado mas especial. Tal qual ela pensava nele todos os dias antes de dormir. Pensava se ele voltaria atrás e dissesse apenas uma frase que a deixaria derretida de amores pelo sujeito.
Pouco a pouco, ela, estava guardando mágoas dele. Dias depois de sua rejeição, ela já tinha rancor no lugar da mágoa e foi se dissipando o seus sonhos pouco a pouco. Cada dia ela criaria mais ódio daquele sujeito, talvez o encaixe perfeito do quebra-cabeça de seus sentimentos.

Depois dessas sucessões de sentimentos rancorosos, ela pensou na vingança. Fria, demorada e malevolente vingança. E em seus pensamentos frios e calculistas ela refletia o que seria mais doloroso no coração do ex-amado, com a conclusão ela fincou um sorriso bastante malicioso em seu rosto macio como a pétala de uma rosa.
Ela já tinha a vitima de sua vingança, era a quem ela odiava mais que o sujeito que não queria nem ouvir seu nome.
Quando a avistava, ela sentia ciúmes, inveja e ira. Tais sentimentos eram tão maus estavam presentes no coração que antes era ingênuo e sem nenhum punhado de perversidade.
Então estava tudo planejado para depois da aula, a rejeitada faria perversidades com a sua inimiga. 
Ela contava os segundos para logo sair de suas ocupações e encurralar a pobre coitada e assim esmaga-la com seus pés raivosos. Ela estava possessa de ira pela qual estava prestes a fazer uma tragédia. Estava tudo calculado, a arma pela qual aniquilaria a vitima estava consigo, uma cúmplice lhe ajudaria a ocultar o corpo e traria a mesma ao encontro onde seria o seu ultimo suspiro.
Com a arma em punho, não era uma simples arma, era aquela que ela idolatraria todos os dias depois de arrancar a alma do corpo da pobre inimiga. Ela estava ouvindo os passos leves de sua vitima, últimos passos que ela daria. Seu coração batia forte e seus olhos eram ardentes, ninguém nunca vira tanta raiva no olhar daquela garota que dias atrás nem pensaria numa insanidade deste calibre. Com a arma para trás, ela deu um sorriso fingido e começou narrar sua pequena historia com melancolia até que suspirou fundo e apontou-lhe a arma e deu exatamente sete tiros na direção da vitima. Cinco atingira a barriga e dois o peito. Morrera naquela hora, não tinha mais volta, nada poderia traze-la de volta e quando a carrasca olhou para a porta estaria ali, o motivador de toda esta catástrofe. 
Sim, o seu amado viu tudo o que aconteceu e involuntariamente ficou aterrorizado com tal desumanidade que assistira.
A garota não estava mais possessa de ira, agora brotava um sentimento que estava deixando sem rumo e correu até ele que gesticulava com a cabeça, inconsolado pela perda de sua amada.
Ele esquivava-se ao mesmo tempo que ela tentava puxa-lo para lhe dar um abraço e perdoa-la por tal ato. E novamente não era aquilo que o destino teria escrito, ele a balançava e interrogava por que faria aquilo e ela como resposta soluçava. Ele a soltou, foi o tempo necessário para que ela pusesse a arma em punho e atirasse nele pelas costas.
Estava ela desnorteada, após isso ela tirou a própria vida, não era esse o termo correto para substantivar aquele tempo que ela esteve presente na Terra. Sofrera tanto e agora estaria em paz.  
E acabou nisso. Esta seria a matéria do dia seguinte do jornal da pequena cidade no interior do estado, desilusão amorosa termina em chacina. E foi o que aconteceu, ela saciou seu desejo com sangue, do modo que desejou. 


Um comentário:

  1. Muito do caralho! Adorei. Estou te seguindo, ok? Beijos, sucesso!

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